A Prefeitura de Jaraguá do Sul, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento, informa que o Meliponário Municipal já está instalado no Parque da Inovação, no bairro Três Rios. O objetivo é estimular a Meliponicultura no Município que é a cultura de abelhas sem ferrão (meliponas). Segundo, o secretário de Desenvolvimento Rural jaraguaense, Marcos Voltolini, o projeto começou a tomar forma em 2020 por meio de recursos de emenda do então senador Jorginho Mello, atual governador do Estado na ordem de R$ 100 mil.
A coordenadora do projeto, a veterinária da Secretaria da Desenvolvimento, Valéria Lungov, destaca que a estrutura está pronta e já pode receber visitas de escolas e da comunidade em geral. Inclusive se tornar um ponto de palestras sobre o tema. “O foco do nosso meliponário é educacional, é mostrar principalmente para as crianças, como as abelhas são de extrema importância para a polinização em ambientes naturais e também em áreas cultivadas. Como são importantes polinizadoras nós temos que protegê-las”, observou.
O meliponário dispõe três tipos de abelhas: Jataí (Tetragonista angustula), Mirim (Mirim sp.) e a Mandaçaia ((Melipona quadrifasciata Lepeletier), todas disposta em 20 caixas, 12 colocadas ao ar livre e outras oito dentro do quiosque do meliponário. Além disso, o local conta com placas sobre os espécimes ali criados. “Nós temos esses três tipos aqui no parque, que são sem ferrão e não atacam. Pensamos nisso por causa das crianças que frequentam o parque”, assegurou Valéria.
Com fins didáticos, caixas colocadas no quiosque, feitas em fibra de coco, podem ser abertas de forma que a colmeia possa ser visualizada através de outra estrutura de vidro. “Assim as crianças vão saber como é a rotina das operárias e até da própria rainha na construção e manutenção da colmeia”, ilustrou a veterinária.
Formas de manejo – Valéria explica que alguns cuidados devem ser tomados para quem deseja criar esses tipos de abelha. “É bom que fique claro que quando pegamos um enxame, é sempre um enxame novo. Normalmente, com auxilio de iscas, pegamos aquela família que ‘enxameia’, que sai da sua colmeia e vai para um outro local, com uma princesa. Nunca uma família que já está instalada na natureza, já que nosso intuito é protegê-las. Por serem polinizadoras, são muito importantes. Se ficarmos sem elas, não vamos ter alimentos”, ponderou Valéria Lungov.
Mel – Mas existe diferença entre o mel produzido por espécies conhecidas como a Apis? “É bom que se diga que as abelhas que conhecemos – a Apis – produzem mais mel que as meliponas.Já as abelhas sem ferrão produzem menos, mas o valor comercial do mel delas é bem maior. O mel da mandaçaia tem um sabor diferenciado, o da jatai e da mirim possuem outros sabores. Geralmente as pessoas costumam gostar mais do mel das abelhas sem ferrão”, argumentou a veterinária.
Utilização do espaço – Para o próximo ano, a Secretaria de Desenvolvimento Rural deve procurar a Secretaria de Educação e combinar visitas didáticas de estudantes da Rede Municipal ao local. O espaço também estará aberto para que produtores promovam palestras e workshops sobre o tema sempre acompanhados de um representante da Secretaria de Desenvolvimento Rural. “Será um espaço para se criar uma consciência da importância da meliponicultura não apenas como fonte de renda, mas como uma forma de preservação do próprio meio ambiente”, disse Valéria Lungov.