Dicas do Procon orientam consumidores quanto a Black Friday

Na vida dos brasileiros desde a década de 2010, a Black Friday – evento comercial trazido dos EUA – abre a temporada de compras de fim de ano na maioria das cidades do País, precedendo o período de Natal. Segundo o site E-commerce Brasil a projeção para este ano é de 9,1% de aumento no faturamento em relação ao ano passado, atingindo R$ 9,3 bilhões.

Atenta a esta retomada de consumo “Pré-Natal”, a agência do Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon) de Jaraguá do Sul elaborou algumas dicas para evitar surpresas desagradáveis durante e depois da Black Friday, prevista para o próximo dia 29.

De acordo com o diretor do Procon de Jaraguá do Sul, Rodrigo Machado, com a proximidade da Black Friday já começam as dúvidas e receios dos consumidores em caírem em golpes e fraudes ao tentar aproveitar as ofertas da “sexta-feira negra” das compras. Para evitar ser pego nas artimanhas de lojas e pessoas mal-intencionadas, confira as dicas abaixo:

Em primeiro lugar, analise seu bolso e programe suas compras: Verifique a sua situação financeira antes de aproveitar a Black Friday. Mesmo com muitos descontos à disposição, é melhor evitar compras do que se enrolar com dívidas, especialmente no cartão de crédito, evitando comprar por impulso. “Tenha em mente aquilo que você precisa e foque no que é essencial. Faça listas de prioridades para aproveitar os descontos e não se perder em meio a tantas opções”, recomenda Machado.

Em seguida, pesquise os preços e tenha cuidado com falsas promoções: “algumas lojas sobem o valor dos produtos um pouco antes da Black Friday para, no dia da promoção, voltar ao normal, dando, assim, a impressão de um bom desconto. Fique de olho!”, receita o diretor do Procon.

Compras pela internet

1. Verifique se o site é confiável: Um cuidado muito importante é garantir que o site da loja que está sendo acessado é verdadeiro, e não uma cópia criada para roubar dados pessoais, bancários e dinheiro. Isso porque criminosos podem copiar a aparência de sites de lojas famosas e colocá-las no ar para tentar atrair usuários desatentos. Apesar se serem idênticos aos sites originais, essas páginas falsas não podem reproduzir o mesmo endereço. Por isso, observe se o endereço do site está escrito corretamente, se não há letras faltando ou fora do lugar na URL, como em “submarno.com.br”, sem o “i”, ou “ameriicanas.com.br”, com um “i” a mais. Se o consumidor identificar algo assim, pode ter certeza de que se trata de um site falso criado por criminosos.

2. Confira se a loja existe: Outra fonte de “dor de cabeça” são sites de lojas falsas, que não necessariamente imitam lojas verdadeiras. Nesses casos, os criminosos criam uma loja virtual com site, nome e logotipo próprios. Então, usando preços e promoções agressivas, eles buscam atrair usuários para interceptar dados pessoais, além de obter dinheiro com boletos e transferências bancárias. 

Nem sempre é fácil identificar esses tipos de sites, mas há alguns indicadores: desconfie de páginas com design muito simples, antiquado e difícil de navegar. Observe também a presença do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na página e consulte o número no site da Receita Federal para descobrir se o registro condiz com a loja. O Procon mesmo lembra que sem CNPJ o consumidor não consegue ir em busca dos seus direitos. Outra dica relacionada à identificação de lojas falsas é observar se o seu navegador o identifica o site como seguro. Verifique se o endereço vem acompanhado de “HTTPS” (e não simplesmente “HTTP”) e se, ao clicar no cadeado, o navegador atesta a segurança da página.

3. Pesquise a reputação da loja: Sites como o “Consumidor.gov.br” e o “Reclame Aqui” são recursos importantes para investigar a reputação da loja, o nível de qualidade do serviço e também a postura da empresa ao se relacionar com clientes que, por ventura, tiveram algum problema. A Fundação Procon de São Paulo possui um ranking de sites que devem ser evitados, pois muitos consumidores já tiveram problemas com compras efetuadas nos mesmos. Para consulta, acesse: https://sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite/list/evitesites.php .

Outra dica é utilizar plataformas como o “SiteConfiável” (https://www.siteconfiavel.com.br/), para realizar uma análise da confiabilidade das lojas online.

4. Atenção com promoções via e-mail, whatsapp e redes sociais: mensagens maliciosas podem conter links para promoções que levam a sites falsos. A dica aqui é ser criterioso a respeito das promoções que encontrar em redes sociais: confie apenas no perfil oficial da loja ou marca e sempre verifique com atenção se o site que está abrindo é verdadeiro.

5. Desconfie de preços muito abaixo do preço de mercado: Ofertas “boas demais” são a principal isca utilizada por cibercriminosos para atrair vítimas durante a Black Friday. Normalmente, os fraudadores publicam produtos populares e muito buscados durante a data — como notebooks, computadores, celulares e eletrodomésticos — com promoções com valores muito baixos. O objetivo é atrair compradores que buscam as melhores ofertas e não querem deixar a oportunidade passar. Normalmente, essas ofertas são divulgadas nas redes sociais e contém gatilhos que remetem a urgência e a escassez, como “Últimas chances”, “por tempo limitado”, “Estoque limitado”, entre outros. Para se prevenir desses golpes, é ideal realizar uma pesquisa de preço durante o período da Black Friday antes de realizar a compra. Apesar de ser comum achar preços mais baixos durante essa data, valores muito abaixo da média do mercado ainda são um alerta que não deve ser ignorado.

6. Prefira pagar com cartão de crédito: Em geral, prefira usar cartão de crédito na hora de pagar suas despesas na Black Friday. Além da praticidade, o cartão é mais seguro: o consumidor tem meios de cancelar a despesa e pode recorrer à sua operadora para fugir de prejuízos se houver problemas com a loja ou se você for vítima de um golpe.

Pagamentos via boleto bancário, por outro lado, não são tão seguros, visto que um site falso pode gerar um boleto pagável. Nesse caso, você pode quitar a despesa pensando se tratar de uma compra verdadeira e o criminoso vai receber o dinheiro. A pior parte é que não há como identificá-lo para recuperar o prejuízo.

Outra forma de golpe seria um site inseguro de uma loja legítima sendo alvo da ação de invasores, que poderiam interceptar o seu boleto verdadeiro e trocá-lo por um falso. Esse boleto criado para que o consumidor dê dinheiro ao criminoso, em vez de pagar pela sua despesa real. Por conta da dificuldade em recuperar o prejuízo, na hipótese de um golpe, pagamentos por depósitos e transferências bancárias também são contraindicados.

7. Aproveite recursos de segurança da operadora de cartão de crédito: Além de usar o cartão de crédito para fazer suas compras por conta da segurança inerente a essa modalidade de pagamento, você pode aproveitar alguns serviços complementares que as operadoras oferecem. Um deles é usar o cartão virtual temporário, que permite gerar um número de cartão de crédito aleatório, para ser usado uma única vez. Assim que você paga a conta com esse cartão, ele deixa de funcionar. Isso significa que ele não pode ser usado novamente, mesmo que caia nas mãos de um golpista.

Outros serviços e recursos também são bastante úteis, como alertas e notificações em tempo real quando seu cartão é usado, ou quando determinada quantia do seu limite é atingida. Assim, você pode identificar atividades suspeitas imediatamente para tomar providências ágeis, além de ajudar na sua disciplina financeira.

8. Verifique as políticas de troca e cancelamento da loja: As lojas precisam ser claras a respeito de como procedem em situações em que o consumidor se arrepende e deseja trocar ou devolver um produto, obrigação que é determinada na Lei do ECommerce (7.962/13). Além disso, é bom sempre lembrar que você tem o direito de devolver qualquer produto comprado pela Internet em até 7 dias corridos, contados a partir da entrega.

A maneira como cada site apresenta essas informações pode variar bastante, mas sua presença e acesso fácil são obrigatórios. Não confie em lojas cujo site não mostra essas informações, ou mesmo afirma que não realiza trocas e cancelamentos.

9. Documente a oferta e sua compra por meio de capturas de tela: Uma dica importante no processo de compra é lembrar de fazer capturas de tela durante todos os passos da sua interação com uma loja. Dessa forma, você pode documentar a página do produto – mostrando as informações que foram apresentadas a você – e usar as imagens como uma evidência, caso existam problemas.

O mesmo vale para material promocional que exibe uma oferta ou produto, assim como sua comunicação com serviços de atendimento das lojas. Essa documentação é fundamental se você precisar contestar uma cobrança indevida ou alguma irregularidade na forma como um site apresenta uma oferta com um valor, mas depois aplica outro preço mais alto na hora de pagar, por exemplo.

10. Cuidado com o preço do frete: Uma forma muito comum de os vendedores tentarem passar a perna nos consumidores é dar um bom desconto no produto, mas compensar essa quantia no preço do frete. Então, desconfie da loja se aquele livro que custava R$ 55 com frete grátis de repente aparece na Black Friday por R$ 39 + R$ 18 de frete. Tem alguém querendo te ludibriar!

Fontes
https://www.techtudo.com.br/listas/2020/11/black-friday-2020-dez-dicas-para-comprar-comseguranca.ghtml
https://focanodinheiro.neon.com.br/controle-financeiro/black-friday
https://www.ecommercebrasil.com.br/

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