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Meio Ambiente: Jaraguá do Sul evolui no combate ao desmatamento

Santa Catarina é um dos estados que mais agride a Mata Atlântica, entre os 17 onde o bioma está presente. O estado foi o quarto que mais desmatou entre 2019 e 2020, segundo o Atlas da Mata Atlântica, produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica (Sosma). São 887 hectares a menos de mata, um crescimento de 25% em comparação com o desmatamento registrado no período anterior, quando foram desmatados 710 hectares.

E para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente, hoje (5), buscamos o bom exemplo de Jaraguá do Sul e os municípios da região que vêm avançando no combate ao desmatamento, conforme avalia o promotor de Justiça do Meio Ambiente de Jaraguá do Sul, Alexandre Schmitt dos Santos.

“O combate à supressão ilegal de vegetação nativa tem evoluído de forma bastante significativa nas últimas décadas. A gente percebe inclusive conversando com as pessoas mais antigas a recuperação na quantidade de vegetação que nós temos no entorno da cidade, nos morros principalmente”, disse o promotor.

De acordo com o Atlas, Jaraguá do Sul possui 23.185 hectares de Mata Atlântica, o equivalente a 30 mil campos de futebol. O município ainda mantém 43,78% da Mata Atlântica original e não há constatação de desmatamento desde 2013.

Região

Assim como Jaraguá, os municípios vizinhos também registraram pouco ou nenhum desmatamento nos últimos anos e apresentaram bons índices de preservação do bioma em seus territórios. Segundo o Atlas, Schroeder tem 61,13 % da mata original preservada. São 10.049 hectares de mata em meio às serras, dentro de 16.438 hectares de área total.

Boa parte dessa mata preservada faz parte da Reserva Ecológica do Bracinho, com aproximadamente 4.780 hectares que se estendem também ao território de Joinville. Atualmente ela não está aberta à visitação pública, mas a reserva se encontra em um dos maiores maciços florestais contínuos de Mata Atlântica.

Corupá também preserva aproximadamente metade da Mata Atlântica original, com 49,94% dela intacta. Massaranduba preserva 30,80% e Guaramirim 27,33% do bioma.

Conscientização

O promotor de Justiça Alexandre Schmitt dos Santos conta que essa evolução no combate ao desmatamento está relacionada à fiscalização e mudança de comportamento das pessoas, que hoje em dia estão mais conscientes em relação ao meio ambiente, até mesmo por existir penalizações para quem agredir a natureza.

“Essa melhora no que diz respeito ao desmatamento irregular acontece por conta de uma mudança cultural da população. Eu costumo chamar de mudança de consciência coletiva, acerca da importância da preservação da mata nativa, especialmente nas encostas e nas margens de cursos de água. Entre os fatores que causam essa mudança, um deles é a educação ambiental, hoje as pessoas têm mais acesso às informações e elas começam a aprender a respeito da importância também, inclusive para questões de defesa civil, e de segurança da própria comunidade”, comenta Alexandre.

Jaraguá exerce um grande controle quando se refere ao combate do desmatamento. O diretor técnico da Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente (Fujama), Cezar Rocha, conta que desde 2018 realizam a verificação por satélite das áreas identificadas como locais de desmatamento na região.

“A gente tem uma atividade muito forte na fiscalização com a nossa equipe que é muito ativa na questão de proibir o desmatamento ilegal e também temos a ferramenta dos satélites. Nós temos acesso à imagens de satélite do próprio sistema da Prefeitura, com isso conseguimos ter uma fiscalização mais ativa e mais virtual”, contou César.

César concorda que a população de Jaraguá do Sul vem se mostrando muito consciente em relação ao cuidado com o meio ambiente, além de ocupar o segundo lugar no índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades no Programa Cidades Sustentáveis.

“Hoje o desmatamento em Jaraguá do Sul, eu posso dizer que são casos pontuais, o resto é bem controlado. Não tem desmatamento de áreas grandes ou ilegais, até porque a comunidade já tem consciência que tem muita área protegida em Jaraguá e respeita isso. É um trabalho de conscientização que vem de longo prazo, não só da Fujama, mas da questão urbanística, Ministério Público e de todos os órgão envolvidos, que ajudou a conscientizar a população,” concluiu o diretor técnico.

*O relatório do Atlas da Mata Atlântica desconsidera a vegetação nativa inferior a 3 hectares.

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